HALITOSE
Halitose: palavra originada do latim: Halitu: ar expirado e osi: alteração = mau hálito, fector ex ore, fector oris.

Odontologia nos dias atuais está voltada para a prevenção das doenças bucais e seus anexos. O Cirurgião Dentista moderno deve estar capacitado a proporcionar ao paciente uma condição odontológica que favoreça também seu relacionamento familiar e social.

A halitose ou mau hálito, independente da causa, é um problema que interfere socialmente no relacionamento entre as pessoas, sendo um dos motivos de maior preocupação e medo da sociedade moderna.

Muitas das substâncias utilizadas no passado foram aprimoradas e são comercializadas nos dias de hoje. Nesse particular, a maioria dos enxaguatórios bucais disponíveis no mercado contém na sua composição herbáceos, como: menta, malva, hortelã, eucalipto e outros.  Esses aromáticos, que proporcionam hálito agradável, estão associados normalmente a substâncias antissépticas. A crescente industrialização e divulgação de produtos que combatem ou amenizam a halitose é uma prova inequívoca da preocupação da sociedade em afastar os terríveis danos causados pela halitose.
Atualmente são mencionadas dezenas de causas relacionadas à halitose, podendo ser de origem local ou sistêmica.
As causas locais são as mais comuns, como os processos cariosos e todas as suas sequelas, placa bacteriana, peças protéticas, gengivites, periodontopatias (piorreia), retenção de sangue nos interstícios dentários, língua saburrosa, língua fissurada, alteração na composição da saliva e as doenças próprias da boca. Dentre as causas locais, sem dúvida nenhuma, a de maior importância como fonte de halitose, é a língua saburrosa, e as periodontopatias (piorreia).
As causas gerais implicam numa variedade muito extensa, podendo ser de origem respiratória como as sinusites e amigdalites; De origem digestiva destacam-se a eructação gástrica, dispepsia, neoplasias e a úlcera duodenal; De origem metabólica e sistêmica podemos citar a diabetes, uremia, enfermidades febris, alterações hormonais, xerostomia (língua seca) e até mesmo o estresse.

A língua saburrosa, alteração relativamente comum, é formada basicamente por restos alimentares, células descamadas, fungos, bactérias e enzimas ativas que participam do processo de digestão.
HIGIENIZAÇÃO

Técnicas simples para uma boa higiene bucal
Quando o mau hálito for devido à língua saburrosa, principal fonte do mau odor, o tratamento consiste na remoção da saburra por meio de raspadores ou limpeza da língua que removem os restos de alimentos e as bactérias contidas na língua, principalmente no dorso posterior onde a princípio a limpeza é mais difícil.

Os raspadores devem ser utilizados diariamente, após as refeições. Outra maneira simples de promover a limpeza lingual é através da escova dental. Além da limpeza da língua o paciente deve também, escovar os dentes, usar fio dental e enxaguatórios bucais, quando recomendado.
Estudos têm mostrado que alguns enxaguatórios bucais associados a limpeza mecânica, são mais efetivos na redução da halitose do que usados isoladamente.

Seja qual for à causa da halitose, a higiene bucal é fundamental para o sucesso do tratamento, além da eliminação de sua respectiva causa.  Independente da causa da halitose é imperativo que além da escovação dental, se promova a limpeza lingual periódica, principalmente após as refeições e ao deitar, quando o acúmulo bacteriano é maior.

O Cirurgião-Dentista tem o dever, ou melhor, a obrigação de orientar e estimular seus pacientes sobre a importância de uma higienização bucal correta, na prevenção de doenças locais e sistêmicas e consequentemente prevenirem o mau hálito.
Quando essas bactérias crescem exageradamente encontram condições adequadas, produzem compostos sulfurados voláteis, ocorrendo à liberação de enxofre, originando o mau hálito.

Estudos recentes indicam a superfície dorsal da língua por ser áspera, como sendo a fonte primária de putrefação microbial na boca e produzindo, consequentemente o mau hálito.
Os compostos voláteis de enxofre, o revestimento áspero da língua e fissuras profundas, como na língua escrotal, são importantes fatores na formação do mau hálito, tanto em pessoas com doença periodontal como em pessoas saudáveis. Ocorre, que em pacientes com doença periodontal, a halitose é seis vezes pior se comparada com pacientes aparentemente saudáveis.
Acredita-se que a putrefação ocorra sob condições anaeróbias, envolvendo principalmente microrganismos. (Esses microrganismos têm a capacidade de produzir compostos sulfurados voláteis, considerados uma das principais fontes de halitose.

As pessoas frequentemente não percebem o seu próprio hálito o que pode acarretar consequências desagradáveis como passar a vida toda sem perceber que é portador de mau hálito. Opostamente, muitas outras pessoas sofrem de halito-fobia, um medo exagerado de que sofram de mau hálito.


Parece não existir dúvida de que a língua saburrosa seja a principal causa local do mau hálito. Nesse sentido, e evitando minimizar ou eliminar esse mal, foram criados nos últimos anos, como mencionado, testes para dosar a halitose e até sofisticados raspadores linguais. Porém, de nada adianta o uso de aparelhos especializados, se não forem combatidas as causas do problema, associadas a métodos de higienização eficazes.

É importante ressaltar que em muitos casos a halitose é reversível, desaparecendo após a suspensão ou eliminação do agente causador, que tem atuação por um determinado tempo
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